Família Prati aposta na inovação tecnológica para aumentar a produção e garantir renda e qualidade no produto entregue.
“A família tem raiz no agro”, a frase do engenheiro agrônomo e produtor rural, Fernando Prati, 37 anos, representa a trajetória dos Prati no ramo de leite e grãos. A propriedade de 120 hectares na linha Barro Preto em Vera Cruz do Oeste, no Paraná, foi adquirida em 1983, e desde então produz leite, soja, milho, trigo e pastagem. A produção leiteira, no início era de subsistência, com seis vacas, que produziam 18 litros/dia, um total de 100 litros/dia entregue ao laticínio local.
Em 1992, eles perceberam que o leite poderia ser uma alternativa para aumentar a renda da família. Tendo a cooperativa Lar como parceira há 17 anos, hoje possuem 58 vacas em lactação, 150 cabeças no total, produzindo cerca de 36 litros por dia, média diária de 2100 litros entregues à Frimesa.
De acordo com Cláudio José Prati, seus pais começaram na atividade assim que foram indenizados pela construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, e então compraram a propriedade no município. “No início, trabalhávamos em regime de sociedade (entre os irmãos), depois com o desmembramento, recomeçamos com alguns animais e continuamos até hoje”, explica o produtor e pai de Fernando, que administra a produção e tem o total apoio do filho Fernando, que retornou a propriedade após cinco anos de trabalho na Lar Cooperativa. Além disso, a família possui mão de obra contratada para dar conta do manejo dos animais. São dois colaboradores, Waldomiro e Wagner Aquino, também pai e filho, diretamente ligados a produção de leite, e à família Prati há 19 anos.
Desde que optaram por trabalhar com o leite, a família melhorou a qualidade pastagem, investiu em silagem, construiu um barracão para confinamento dos animais, com ventiladores e aspersores. Do sistema semi-confinado para o confinado free-stall, com uma cama de areia para as vacas. O barracão atualmente tem capacidade para alojar 80 animais em lactação. A sala de ordenha e a capacidade de energia elétrica também sofreu ampliações. A qualificação de mão de obra foi fundamental para alcançar bons resultados. “Como o negócio cresceu demais, chegamos a ter 72 vacas em um pasto de tamanho reduzido, optamos então por confinar as vacas para diminuir o sofrimento. O conforto para os animais é nossa prioridade para aumentar a produtividade”, explica Fernando.
TECNOLOGIA Em dezembro de 2019, o sistema de ordenha voluntário migrou para uma ordenha com robô. O valor investido foi alto, e custos de produção aumentaram, mas por outro lado, os casos de mastite e os problemas com os cascos diminuíram, e a produtividade teve um salto. “Estamos fazendo um trabalho bem intensivo no melhoramento genético do rebanho. Acredito que num futuro próximo iremos alcançar médias bem superiores as de hoje. Na propriedade, tanto o free-stall, quanto o robô estão funcionando muito bem”, comemora Fernando.
Toda a produção é controlada pelo robô. Os animais são identificados individualmente por um chip, que indica se devem ou não serem liberados para a ordenha, o quanto de ração receberão, a capacidade de produção de cada uma, e se elas atingem ou não as suas metas. Essas informações operadas de maneira eficiente permitem que a propriedade produza durante todo o dia, sem turnos para a ordenha e sem paradas.
Fernando expõe que a instalação de mais um robô está nos planos da família para dobrar a produção de leite, e diluir os custos fixos da propriedade, que conta também com a renda da lavoura para reduzir os riscos financeiros “A agricultura também representa muita coisa para nossa família”, defende.
Os Prati defendem o cooperativismo, e durante a entrevista e produção dessa matéria, Claudio, assistia a Assembleia Geral Ordinária da Lar na íntegra. “Nós produtores temos que ter em mente que somos responsáveis por produzir um alimento nobre, que faz parte da nutrição de milhares de pessoas. Portanto, temos que produzir com qualidade e responsabilidade e exigir de nossos governantes e das indústrias o valor de destaque que o produto merece”, afirma Fernando. Assessoria (Fotos: Fernando Prati)