Neste 24 de agosto de 2017, completam-se 63 anos da morte do ex-presidente Getúlio Vargas (1882-1954).Político gaúcho, nascido em São Borja (RS), encerrou sua trajetória política dando um tiro no peito no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Vargas foi o presidente que mais tempo ficou no poder, entre 1930 e 1945 e depois entre 1950 e 1954. Considerado o precursor do populismo no Brasil. Identificado como defensor das causas sociais e interesses nacionais, apelidado de “pai dos pobres”. Ao relembrarmos Getúlio Vargas, prestamos uma homenagem a todos os getulistas, em especiala Tranquilo Pedro Valério progenitor da Família Valério que deu origem ao Jornal Mensageiro e Revista Mosaicos, o qual defendia sua ideologia e sabia até detalhes da vida do ex-presidente.
PRINCIPAIS AÇÕES DE GOVERNO:
#- Criou empresas estatais em atividades estratégicas como siderurgia (Companhia Siderúrgica Nacional), mineração (Companhia Vale do Rio Doce) e de geração de energia ( Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco) e a principal empresa foi a Petrobrás:
#- O IBGE, consolidação das Leis Trabalhistas, investimentos na educação pública, fundamentos da atual Justiça Eleitoral, inúmeras rodovias, dentre as quais a BR-116;
#- Fundação Getúlio Vargas, abreviada de FGV- uma instituição de ensino superior que lista entre as 100 melhores do mundo para formação de diretores executivos;
#- Criação do Parque Nacional do Iguaçu através do Decreto-Lei nº 1.035 de 10 de janeiro de 1939, onde se evidencia as Cataratas do Iguaçu.
REVERÊNCIAS:
Em todo o país reverências visíveis prestam homenagem a Getúlio Vargas. Bustos e monumentos em várias praças por este Brasil afora, dentre os quais o busto na Praça Getúlio Vargas de Foz do Iguaçu (PR), defronte a Prefeitura Municipal. O maior destaque em sua memória é o Memorial Getúlio Vargas no Rio de Janeiro.
Figura carismática não dispensava chapéu
Sua diversão andar à cavalo na Fazenda em São Borja
Busto de Getúlio Vargas na Praça de Foz que leva seu nome
Foi Getúlio que criou o Parque Nacional do Iguaçu
Carta testamento de Getúlio Vargas
Esta foi a Carta Testamento deixada por Getúlio Vargas, que não resistiu às forças oposicionistas que exigiam a sua renúncia de Presidente da República. Mediante a pressão Mediante a pressão atentou contra a própria vida, disparando um tiro contra o próprio peito, em 24 de agosto de 1954.
SAIO DA VIDA PARA ENTRAR NA HISTÓRIA
“ Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei um regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao Governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se aos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho.
A lei dos lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a injustiça da revisão do salário mínimo se desencadeiam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.
Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500 por cento ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café. Desvalorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo uma agressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o sangue brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater a vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio, respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo jamais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida, agora ofereço a minha morte, nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”.