Dia desses passando pelo Calçadão de Medianeira nos deparamos com um personagem deveras curioso. Vestido do resistente tecido para confecção de lona, rosto coberto de argila, escorado num similar de cajado. Muito estranho! A única modernidade visível era uma latinha de refrigerante. Nos aproximamos. Do que o indagamos foi respondendo somente algumas perguntas. Percorre o Brasil, América Latina seguindo esta filosofia de vida: “Entrar na onda de Deus, brilhar tão forte, voar tão alto para emanar calor humano”. O interessante de sua história é que cursou ensino superior de Matemática, nunca exerceu a profissão. Transformou as equações num estilo experimental de vida. Se diz feliz. Em suas andanças interpreta as pessoas, o meio por onde passa. O cenário é sempre a rua, não precisa de camarim, a maquiagem é argila e assim faz o espetáculo. Sentado num banquinho, passa horas surpreendendo as pessoas com pensamentos filosóficos conexos e desconexos. Não disse seu nome, de onde veio, onde estudou e nem para onde vai. O mundo é seu espaço. Os limites são imaginários porque a terra é de todos, segundo ele. O importante é cada um viver do seu jeito, sem prejudicar ninguém. Sinceramente, tivemos uma lição de vida. De que não ter nada se pode ter tudo. Ter tudo se pode não ter nada. O importante é correr atrás de seus sonhos ou parar e ver o tempo passar em qualquer lugar como faz o nosso personagem. (Da Redação Mirtis)