Conheci Manaus por circunstância familiar, justamente quando completava 350 anos (24/10) e me surpreendi com esta metrópole situada na parte mais preservada da Amazônia. Cidade que tem mil anos de herança indígena e 350 anos de herança europeia, numa mistura que a torna original, misteriosa e ao mesmo tempo moderna.
A vasta natureza aos poucos foi se modificando com a pujança da Zona Franca. Foi um projeto muito bem pensado e estruturado pelo Regime Militar e que aos poucos foi se consolidando. Viveu a “Belle Époque” que deu a cidade ares de Paris dos Trópicos, no período áureo da borracha no final do século 19 e início do século 20. Só que com a derrocada do ciclo, Manaus arrastou-se até a década 70, quando começou a encontrar novas alternativas de desenvolvimento inspirada pela Zona Franca e foi a partir dos anos 2000 que consolidou a fase de crescimento ininterrupto; todavia um tanto desordenado como as principais metrópoles do país. Hoje uma Manaus moderna, em parte verticalizada, se contrapõe com a ocupação irregular, mas continua respirando história e natureza.
Impressiona a arquitetura secular na área central: Colégio Dom Pedro II, Praça da Polícia, Igreja Nossa Senhora da Conceição e Prédio da Alfândega que eternizam os esforços de modernização durante o Ciclo da Borracha. Outro espaço tradicional é o Complexo do Mercado Público onde se encontra produtos da terra, artesanato e uma culinária a base de peixe (tambaqui, pirarucu, caparari, matrinxã, pacu, entre outros. Visitamos também o Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA ).Foi uma lição de educação ambiental, cultural e científica. O espaço do instituto de estudos científicos do meio físico e das condições de vida da região amazônica é reservado para pesquisa e pós-graduandos (que merece uma matéria específica em nossas postagens).
Essa terra inóspita por natureza acabou por produzir uma legião de motivos que, somados aos imigrantes acolhidos de outros estados e de outros países, fazem Manaus dar certo. Sua terra é generosa, seus rios fazem a ligação entre os povos e intermedia a economia, além de mobilizar o turismo e os poderes terem condições de atender a população. Sua cultura encanta resultado da soma da arte indígena, cabocla e ribeirinha. No entanto, a tecnologia, a modernidade dos bairros elitizados, universidades, Shopping Center, ruas e avenidas planejadas, centros comerciais e de lazer, acrescentado ao Aeroporto Internacional de Manaus Eduardo Gomes-um dos mais modernos do Brasil construído para a Copa de 2016 fazem da Manaus uma metrópole destaque que surpreende. (Da Redação Mirtis)
A viagem permitiu vivenciar as cores, lugares e sabores de Manaus. Algumas imagens para testemunhar:
OBS. Brevemente postaremos um texto especial sobre o Instituto Nacional de pesquisa da Amazônia criado em 29 de outubro de 1952 pelo presidente Getúlio Vargas