Teve início a implantação do projeto Ômega Green, a primeira planta de biocombustíveis avançados do Hemisfério Sul.
Começaram este mês as obras de infraestrutura para implantação de vias internas e de acesso, bem como todo o cerco da área que vai abrigar o projeto Ômega Green, um megacomplexo com investimento estimado em US$ 1 bilhão, o maior da iniciativa privada na história do Paraguai.
O projeto foi considerado de “interesse institucional do país”, conforme informou o ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni, ao CEO do grupo brasileiro do grupo BSBios, Erasmo Carlos Battistella, durante reunião com o presidente Mario Abdo Benítez, na segunda-feira, 15.
“A declaração de apoio institucional do Estado paraguaio ao projeto reafirma nossa parceria com o país e define Ômega Green como de interesse nacional, fortalecendo sua imagem perante as agências internacionais de investimento”, comemora Battistella. Segundo ele, “essa distinção reflete a importância de uma iniciativa que gera empregos verdes e PIB”.
Segundo o documento do governo paraguaio, o projeto “representará um alto impacto na economia nacional e local, já que se trata de um empreendimento que visa o desenvolvimento socioeconômico da região, a geração de empregos diretos e indiretos a partir do Brasil”.
Quando em pleno funcionamento, o empreendimento possibilitará “a articulação produtiva entre os setores agrícola, industrial e de serviços e promoverá o uso da energia e dos recursos naturais de nosso país para gerar produtos de exportação de alto valor agregado e tecnologia avançada”, prossegue o documento.
As projeções indicam um aumento estimado de US$ 8 bilhões no produto interno bruto (PIB) do Paraguai em 10 anos, após o início da produção dos combustíveis verdes.
DIESEL, QUEROSENE E NAFTA VERDES
O site Biodieselbr informa que a biorrefinaria poderá produzir cerca de 20 mil barris/dia de diesel verde, bioqueresene de aviação e nafta verde, isto é, produzidos a partir de gorduras vegetais, que podem substituir total ou parcialmente os derivados de petróleo.
A expectativa é que a planta fique pronta no primeiro semestre de 2025, cerca de seis meses mais tarde do que o cronograma original. O adiamento aconteceu depois de a BSBios optar por mudar o local do projeto.
Inicialmente, a planta ocuparia um terreno de 70 hectares, mas acabou transferida para uma área de 484 hectares a apenas cinco km de distância da original. Ambos os terrenos ficam no município de Villeta, cidade a 45 quilômetros de Assunção, a capital paraguaia.
O novo terreno tem acesso facilitado à Rodovia Villeta-Alberdi e ao Rio Paraguai. Dessa forma o complexo poderá receber insumos e movimentar produtos com mais facilidade.
“O terreno nos traz a oportunidade de abrigar ampliações futuras, com espaço mais amplo para o desenvolvimento do porto, além de permitir receber parceiros estratégicos que possam investir em atividades afins”, explica o presente da BSBios, Erasmo Battistella.
Na reunião de segunda-feira, participaram também o ministro assessor para Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Federico González, o diretor-geral paraguaio da Itaipu Paraguai, Manuel Maria Caceres, a conselheira de Itaipu Liz Cramer e a superintendente de Relações Institucionais do Grupo BCE, Ricardo Feistauer. (H2Foz)