Empresários que vão investir em área de 16 mil metros quadrados pretendem valorizar a história da Santa Casa Monsenhor Guilherme, o primeiro hospital de Foz do Iguaçu. (Fotos: Divulgação)
A área ocupada pela Santa Casa Monsenhor Guilherme, no centro de Foz do Iguaçu, passará por uma transformação nos próximos anos. São 16 mil metros quadrados que foram adquiridos por um grupo de empresários de Cascavel, que pretende revitalizar toda a região com um grande empreendimento.
O projeto arquitetônico ainda não foi completamente definido, mas está prevista a construção de modernas torres híbridas, voltadas tanto para o setor empresarial quanto residencial, que irão valorizar toda a região.
A previsão, de acordo com os empresários, é que até o fim deste ano o projeto esteja pronto e que, a partir de 2022, as obras sejam iniciadas.
Memorial – Os empreendedores pretendem resgatar parte da história de Foz do Iguaçu com um espaço temático, uma espécie de memorial, destinado a preservar, com fotos e documentos, a memória da Santa Casa Monsenhor Guilherme, que por tantos anos foi considerada referência na região quando o assunto era a saúde.
Resgate – Para fazer o resgate histórico da instituição, onde mais de 100 mil pessoas nasceram, foi contratado um grupo de peso. Os jornalistas Izabelle Ferrari, Jackson Lima e Eloíza Dalpozzo estão fazendo o levantamento, buscando documentos e depoimentos de profissionais, pacientes e de pessoas que tiveram alguma relação com a Santa Casa.
A irmã e sócia de Izabelle, Kathlen Ferrari, também está auxiliando na pesquisa que vem sendo registrada pelo fotógrafo Rafael Bechlin.
O “garimpo” atrás da história, construída pelos pioneiros de Foz, começou a ser feito em junho e deverá ser concluído em outubro deste ano.
Izabelle Ferrari explicou que a pesquisa segue uma ordem cronológica.
“Resgatamos as atas da fundação da instituição e já sabemos que a Santa Casa é resultado de um senso comunitário que envolveu pioneiros como Frederico Engel, a filha dele, Elfrida, Carlos Welter e Cândido Ferreira; além do exército, da igreja católica e do município”, contou a jornalista.
Segundo Izabelle, a Santa Casa foi fundada em 1938 e recebeu o nome em homenagem ao Monsenhor Guilherme, que morreu um pouco antes da fundação do Hospital.
“Já sabemos, por exemplo, que na época da Vila Iguaçu, os casos gravíssimos e excepcionais eram atendidos na unidade básica de saúde do Exército aqui em Foz. Harry Shinke, que era prático, atendia uma ou outra situação mais grave, e os partos eram acompanhados por parteiras. O primeiro médico que veio para Foz foi Dirceu Lopes, formado pela UFPR, que acabou adotando a cidade”, contou Izabelle.
Além do resgate documental, os pesquisadores estão conversando com pacientes, profissionais e com pessoas que “viveram” a história da Santa Casa Monsenhor Guilherme.
E tudo isso será compartilhado por meio de uma publicação e com a criação de um memorial, que vai unir parte da história de Foz ao futuro da cidade.
“Eu acredito que é preciso crescer, desenvolver, mas sempre lembrando, respeitando e preservando o nosso passado”, disse Sérgio Casarotto, um dos empreendedores.
A Santa Casa – A Santa Casa Monsenhor Guilherme, que por muitas décadas foi referência no atendimento hospitalar no oeste do Estado e que atendia também paraguaios e argentinos, foi desativada em 2006, após a falência da entidade filantrópica que administrava a instituição.
Desde então, a área onde o hospital estava instalado, foi abandonada e a estrutura vinha sendo depredada.
O imóvel foi leiloado duas vezes e, por fim, vendido para o grupo de empreendedores, que pretende investir em Foz, gerando emprego, revitalizando e valorizando ainda mais a cidade como um todo. Assessoria de Imprensa