Casa da Memória de Medianeira recebe visita internacional

Diretor da Unicultura, Ricardo Trento, acompanhou a jornalista e escritora italiana Giovanna Cucè e a professora Paoletta Santoro em eventos na região oeste

No último dia 22 de agosto, a Casa da Memória Roberto Antonio Marin, de Medianeira, recebeu a visita da jornalista e escritora italiana Giovanna Cucè, da professora Paoletta Santoro e do diretor da Unicultura Ricardo Trento. Eles estiveram na região para eventos de lançamento do livro, em que Giovanna é uma das autoras: “Io sono Rita” (Eu sou Rita). A obra foi lançada nas cidades de Foz do Iguaçu (22/08) e Cascavel (23/08). Giovanna conversou com o público presente com a mediação e tradução simultânea de Paoletta Santoro. Apresentadora do principal telejornal da emissora de TV RAI, a escritora veio ao Brasil a convite do Consulado Geral de Itália em Curitiba, dentro da programação do festival de cultura italiana Mia Cara. “Viemos para cá por convite do Consulado, mas também porque a máfia está em todos os lugares, e que o exemplo da Rita possa inspirar outras pessoas a denunciarem e acreditarem na justiça”, afirma Giovanna.

Em Medianeira, eles aproveitaram para visitar a exposição “ORIGEM, Raízes históricas da colonização de Medianeira”, que fica em cartaz na Casa da Memória até dezembro. A exposição traz, de forma inovadora, as raízes até o final da década de 1960. Uma viagem no tempo, em que as histórias e memórias do município são contadas, recordadas e imortalizadas, através de fotos, documentos, objetos e depoimentos.

SOBRE O LIVRO – Escrito por Giovanna Cucè, Nadia Furnari e Graziella Proto, “Io sono Rita – Rita Atria: la settima Vittima di Via D’Amelio” conta a história de Rita Atria (1974 – 1992), filha do chefe da máfia Vito Atria, morto em 18 de novembro de 1985 em Partanna por um acerto de contas. Após esse episódio, Rita decidiu colaborar com a justiça quando conheceu, em novembro de 1991, o desembargador Paolo Borsellino a quem ela se conectou como um segundo pai. As revelações de Rita e de sua cunhada Piera permitiram a prisão de vários membros dos clãs de Partanna, Sciacca e Marsala. Para isso ela foi forçada a se mudar para Roma, em um lugar secreto e com um nome falso, e viver uma vida completamente isolada do resto do mundo.

Segundo Giovanna, o processo de produção da obra durou dois anos e foi bem trabalhoso. “Houve toda uma pesquisa nos arquivos dos Tribunais, da Polícia e vários materiais que corriam o risco de serem jogados fora. Porque ninguém procurava, e enquanto ninguém procura e torna público, é como se os documentos não existissem. Também contamos com o apoio do Ministério do Interior, que liberou alguns documentos, que eram sigilosos, para pesquisa e posterior divulgação”, destaca a escritora.

A jornalista salienta também que a máfia é um fenômeno mundial, só muda o nome, dependendo do país. “E como disse o juiz Giovanni Falcone, que foi morto pela máfia: ‘A máfia é algo humano, e como tudo que humano, um dia vai acabar’’, mas não sabemos quando e em que circunstâncias. Outra frase importante, de outro juiz assassinado pela máfia – Paolo Borsellino -, e que está numa faixa, fixada no local onde ele foi morto, diz: ‘Nem todos os sicilianos são mafiosos e nem toda a máfia é siciliana’, para falar que são coisas que aconteceram lá, que continuam acontecendo, mas também são realidade no mundo todo”, finaliza Giovanna. Assessoria Casa da Memória/ZeligFotos Divulgação

Giovanna Cucè é uma das autoras do livro “Io sono Rita – Rita Atria: la settima Vittima di Via D’Amelio”, que conta a história de Rita Atria (1974 – 1992), filha do chefe da máfia Vito Atria, morto em 18 de novembro de 1985 em Partanna por um acerto de contas

 

Diretor da Unicultura, Ricardo Trento, acompanhou a jornalista e escritora italiana Giovanna Cucè no lançamento do livro na região

 

Ricardo Trento apresentou a exposição “ORIGEM- Raízes históricas da colonização de Medianeira” à Giovanna Cucè e Paoletta Santoro

 

Na Casa da Memória de Medianeira, eles foram recepcionados pela coordenadora de Gestão e Memória Ana Cláudia Valério e pela historiadora Franciele de Araujo

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