Paraguai flexibilizará quarentena “o quanto antes”, mas fronteiras e aulas ficam por último

O jornal ABC Color informa que o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, deve anunciar as primeiras medidas de flexibilização da quarentena nesta sexta-feira, 24. A liberação de atividades será feita semanalmente, mas se houver descontrole da pandemia a quarentena voltará a ser rigorosa.

Já o jornal Última Hora noticia que o presidente disse que dois setores serão os últimos a passar pela flexibilização: as fronteiras e as aulas, “porque são os setores mais vulneráveis para a contenção e para evitar a propagação, levando em conta que alguns dos países vizinhos estão com uma grande propagação do vírus”.

O presidente participou nesta quarta-feira, 22, da inauguração do segundo hospital de contingência construído para atender pacientes com covid-19. O hospital foi construído em blocos ao lado do Hospital Nacional de Itauguá e conta com 102 leitos.

Na segunda-feira, 20, foi inaugurado outro hospital de contingência junto ao hospital do Ineram, em Assunção, com 136 leitos, 36 deles destinados a médicos e enfermeiros vitimados pela doença. O pessoal de saúde corresponde a 12% de todos os infectados. Os dois hospitais de contingência foram construídos em menos de um mês.

Mais casos e nova morte

O ministro da Saúde do Paraguai, Julio Mazzoleni, informou na terça-feira à noite que foram confirmados mais cinco casos de covid-19 no país, que agora soma 213 casos. Houve também outra morte. No total, são nove.

A boa notícia é que diminuiu para seis o número de pessoas internadas e o de recuperados aumentou para 62. Outros 163 pacientes continuam em isolamento domiciliar.

Mortes no exterior

Nesta terça-feira, uma paraguaia morreu vítima de covid-19, em Nova York. O número de paraguaios mortos naquela cidade dos Estados Unidos subiu para 13. Outros 110 estão com a doença.

As mortes em Nova York se somam às de outros paraguaios que morreram no exterior. Em dados até 31 de março, última data de que se tem notícia sobre o tema, o jornal Última Hora contabiliza quatro mortes na Espanha e uma na Itália.

No total, portanto, são 18 paraguaios mortos no exterior, exatamente o dobro de vítimas fatais no próprio país.

Fronteira seca

Em relação às fronteiras, a decisão do governo paraguaio de construir valetas nas cidades divididas apenas por ruas, para evitar a entrada de brasileiros, mostra que o presidente do Paraguai fala sério em relação ao assunto, e vai contra inclusive a ideia do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tem intenção de abrir ao menos as fronteiras secas entre os dois países.

O portal Ponta Porã Informa noticia que militares paraguaios abriram com retroescavadeira grandes valas na fronteira entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS), na manhã de terça-feira, 21. O mesmo já havia sido feito na fronteira entre as cidades de Ypejhú e Paranhos, no sábado.

Segundo o tenente-coronelLuis Apesteguía, comandante das Forças Militares que estão em Pedro Juan Caballero, as valetas foram feitas em frente ao setor de imigração da cidade paraguaia, porque o exército não tem como fiscalizar o local, que assim fica vulnerável à passagem de pessoas do Brasil.

O governo do departamento de Amambay e a prefeitura de Pedro Juan Caballero reclamaram da construção das valas, dizendo que não tinham sido informados antes. O governador de Amambay, Ronald Acevedo, em entrevista à Rádio Amambay AM/FM, de propriedade de sua família, criticou os militares e até mesmo o partido Colorado, ao qual pertence o presidente Mario Abdo Benitez.

Segundo o jornal Última Hora, o presidente manifestou publicamente sua solidariedade aos militares que atuam em Pedro Juan Caballero e Capitán Bado. “(Eles) estão resistindo. Houve uma crise e muita gente parece que não entende, que quer que se abra a fronteira, e isso traria perigo à vida de nossa gente e (tornaria inútil) o esforço e o sacrifício que tantos estão fazendo”.

Mario Abdo Benítez reformçou que os militares, “neste mesmo momento, estão na fronteira contendo e defendendo o decreto do Poder Executivo”. Fonte: H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

O presidente paraguaio falou sobre flexibilização ao inaugurar o segundo hospital de contingência para pacientes com covid-19. (Foto: Agência IP)

Ministro da Saúde do Paraguai, Julio Mazzoleni. Foto Agência IP

Valas para impedir acesso de brasileiros. Queixas na fronteira, mas solidariedade do presidente aos militares.

 

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