Uma dúvida que persistia, após a assinatura dos presidentes Michel Temer e Mario Abdo Benítez: o presidente Jair Bolsonaro manteria o acordo para a construção das duas novas pontes ligando o Brasil e o Paraguai?
Na solenidade de posse do novo diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Luna e Silva, nesta terça-feira (26), o presidente Bolsonaro foi enfático no apoio ao acordo.
“A segunda ponte sobre o Paraná e (a ponte) sobre o Rio Paraguai (são) de fundamental importância para os nossos povos. Conte com o apoio do nosso governo para concretizarmos este objetivo”, disse o presidente, dirigindo-se ao seu par paraguaio.
A segunda ponte sobre o Rio Paraná ligará Foz do Iguaçu a Presidente Franco, enquanto a ponte sobre o Rio Paraguai ligará Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, à cidade paraguaia de Carmelo Peralta.
Essa ponte permitirá a conexão entre portos brasileiros, no Oceanco Atlântico, e portos chilenos, no Pacifico, formando o corredor bioceânico já sonhado há muito tempo por governos do Brasil e dos países que se beneficiariam deste acesso aos oceanos.
Agenda bilateral
O presidente do Paraguai, que discursou antes de Bolsonaro, disse que na próxima visita ao Brasil, em 12 de março, tratará com o governo brasileiro de uma agenda bilateral no âmbito político, comercial e de cooperação mútua, que inclui “avançar no projeto de integração física com a construção das duas pontes’.
Depois de garantir as obras, que serão financiadas pela Itaipu Binacional, Bolsonaro disse que, em Brasília, “aprofundaremos outras discussões”. E, como já tinha se referido ao presidente paraguaio como semelhante ideologicamente – “um cristão, um conservador, um homem de família. Esses valores nos trouxeram aqui”, disse -, aproveitou para um bordão que tem utilizado muito: “Esquerda nunca mais!”
Sobre Itaipu, destacou que foi uma obra negociada e construída nos governos militares do Brasil e quando era presidente do Paraguai o general Alfredo Stroessner.
O presidente paraguaio prometeu “cooperar com a luta contra os crimes transnacionais” e, em resposta, e o presidente Bolsonaro, “em nome do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro”, agradeceu ao presidente Marito, como se referiu, “a parceria que estamos tendo na questão do combate ao crime organizado e lavagem de dinheiro”. E disse: “Obrigado por mandar rapidamente para nós bandidos brasileiros que agiam em seu estado”.
Novo diretor promete “mudanças”
O general Joaquim Silva e Luna, que tomou posse como diretor-geral brasileiro no lugar do advogado Marcos Stamm, falou que hoje vive-se “uma nova conjuntura. Não precisamos cometer erros para fracassarmos. Basta fazer o mesmo”. E completou: “Mudanças são necessárias e serão implementadas”.
As “batalhas do imediato”, disse, incluem a questão do orçamento, finanças, meio ambiente e tecnologia”. Ele prometeu lutar por “menor custo operacional e menores tarifas. E austeridade em todos os gastos”.
Disse que “a mudança cria um estoque de expectativas, principalmente no Brasil, onde a sociedade optou por uma forte mudança de rumo, baseada em valores”.
Elogiou “o time de Itaipu Binacional (que) já joga um bolão”, disse que junta-se a este time o vice-almirante Anatalício Risden Júnior (novo diretor financeiro) e que “somos a equipe deste momento”, para uma “exitosa gestão compartilhada de Itaipu com os paraguaios, una e indivisível”.
Participaram da solenidade, entre outras autoridades, o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque; o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo; o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr.; e o governador em exercício Darci Piana. (Fonte: h2foz.com.br)